INTRODUÇÃO: As soluções salinas hipertônicas em pequeno volume, aplicadas em "bolo", empregaram-se originalmente no tratamento do choque hemorrágico e traumático grave, demonstrando a rápida restauração hemodinâmica e do fluxo sangüíneo orgânico regional. Os mecanismos de ação são diversos - 1. manutenção do débito cardíaco elevado (estímulo direto do miocárdio; aumento do volume intravascular); 2. manutenção da vasodilatação arterial periférica (efeito da hiperosmolaridade; aumento do volume plasmático); 3. redução do edema tecidual (fluxo de líquido do interstício decorrente do gradiente osmótico). Estes eventos promovem a recuperação da acentuada alteração na microcirculação, que freqüentemente são também observadas na sepse. MATERIAL E MÉTODOS: O uso destas soluções tem sido objeto de vários estudos em modelos experimentais de endotoxemia hiperdinâmica aguda, entretanto, um maior número de estudos clínicos são necessários para melhor compreensão dos efeitos positivos, ou eventualmente deletérios, da utilização das soluções cristalóides hipertônicas em pequeno volume na terapêutica da sepse e falência de múltiplos orgãos. OBJETIVO: O objetivo deste artigo é analisar o conceito do uso de soluções hipertônicas e o seu potencial no tratamento da intensa hipovolemia e deterioração da microcirculação, que ocorre na sepse e no choque endotóxico.

Small-volume resuscitation by means of bolus infusion of hypertonic saline solutions was first applied for the primary treatment of severe hemorrhagic and traumatic shock and promptly restored central hemodynamics and regional organ blood flow. Mechanisms of action are diverse - i. maintenance of high cardiac output (direct myocardial stimulation; increase in intravascular volume); ii. maintenance of peripheral arterial vasodilation (effect of hyperosmolality; plasma volume effect) and iii. reduction of tissue edema (shifting of tissue water along the osmotic gradient). These mechanisms promote the restoration of the severely impaired microcirculation frequently seen also in sepsis. Hypertonic volume therapy has been the object of several experimental studies of acute hyperdynamic endotoxemia, however, a greater number of clinical studies have to be developed for the better understanding of the positive, and perhaps hazardous, effects of small-volume resuscitation in sepsis and multiple organ failure. The aim of this paper is to review the concepts involving such solutions, and their potential use in treatment of profound hypovolemia and microcirculatory deterioration associated with sepsis and endotoxic shock.

Os autores analisaram 13 doentes com ferimentos hepático transfixante tratados com a colocação de balão hidrostático no trajeto do ferimento. Cinco doentes apresentavam ferimento abdominal exclusivo, enquanto 8 eram toraco-abdominais. Em todos os casos houve acometimento do lobo direito e em três o acometimento foi bilobar. O tempo médio de permanência do balão insuflado foi de 9 dias. Dois doentes necessitavam reoperação para a retirada do balão em virtude de existência de aderências que impediam sua mobilização. Não foram observados casos de sangramento após a retirada do balão. A permanência hospitalar variou de 5 a 36 dias. São discutidas as indicações e as vantagens da colocação desse tipo de dispositivo em doentes com ferimentos hepáticos profundos, transfixantes e com sangramento abundante.